Departamento de Geologia

da Faculdade de Ciências de Lisboa

 

 

Faculdade de Ciências de Lisboa (FCUL)

 

 

Universidade de Lisboa

 


 

Carlos Marques da Silva

 


Contacto correio electrónico / e-mail


Dados biográficos


Bibliografia


Paleontologia no GeoFCUL


Materiais de divulgação da Paleontologia


.

Temas de Paleontologia

 

Índice / Introdução

 

O que é um paleontólogo?

.

Fóssil

 

Tafonomia

.

Somatofóssil

.

Icnofóssil

.

Paleontologia

.

Paleobiologia

.

Micropaleontologia

.

Geodiversidade

.

Dinossáurio ou dinossauro?

.

Fóssil vivo

.

Moldagem

 

Mineralização

 

Clypeaster

.

Carcharocles

.. 


.

Como citar esta página web:

.

Silva, C.M. da (2006) - Temas de Paleontologia: Mineralização.

Acessível em http://webpages.fc.ul.pt/~cmsilva/

Paleotemas/Indexpal.htm, consultado em:

[inserir a data da consulta].

..


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

.

Temas de Paleontologia           

 

 

Mineralização

 

 

por Carlos Marques da Silva               

 
 

 

.

Mineralização:  Processo tafonómico, fóssil-diagenético (isto é, pós-enterramento) que, por alteração ou adição mineralógica, origina petrificações de restos esqueléticos (com natureza orgânica ou biomineralizada) e de vestígios de actividade biológica (originalmente de composição orgânica ou biomineralizados).

 


 

O resultado final da mineralização é aquilo a que, vulgarmente, se chama, petrificação.

 

Enquanto nos moldes apenas as superfícies e/ou as cavidades dos elementos esqueléticos são reproduzidas, nas mineralizações o produto final é um fóssil do próprio elemento esquelético: uma petrificação de uma concha, de um dente, de um tronco de árvore, etc. Numa mineralização conserva-se, pelo menos vestgialmente, a estrutura interna original do resto esquelético fossilizado.

 

 

 

Mineralizações de conchas de moluscos. Miocénico, Costa de Caparica

 

 

Certos vestígios de actividade orgânica também podem mineralizar, nomeadamente, todos aqueles que não resultam de interacção com o substrato (duro, móvel ou plástico). Por exemplo, as cascas de ovos de dinossáurio (originalmente biomineralizadas) podem mineralizar; os excrementos (originalmente de natureza orgânica, não biomineralizada) também podem mineralizar, originando coprólitos.

 

Coprólito (excremento fossilizado) de mamífero. Miocénico, EUA

 


 

Consoante o grau de conservação da estrutura original do resto esquelético fossilizado, distinguem-se dois casos básicos de mineralizações: recristalização e epigenização.

 

Recristalização

 

Nas recristalizações o resultado final apresenta perda significativa da estrutura original.

 

Um exemplo típico é a calcitização de conchas de bivalves e de gastrópodes originalmente aragoníticas. A aragonite (CaCO3) é um mineral mais instável, mais solúvel que a calcite (também CaCO3) e, frequentemente, é totalmente dissolvida (originando moldes) ou transformada em calcite. No segundo caso, como resultado da transformação da aragonite em calcite, operada em contexto geológico, i.e., na crosta terrestre, a estrutura interna original do elemento esquelético biomineralizado é totalmente obliterada. Resultado final: uma recristalização.

 

 

Recristalização da concha de um gastrópode num calcário. Cretácico, Loures

 

 

Epigenização

 

Nas epigenizações o resultado final apresenta conservação significativa da estrutura original do elemento mineralizado.

 

Consoante o produto final (a mineralização) apresente ou não vestígios do material biomineralizado original, distinguem-se dois tipos de epigenização:

 

> Permineralização

 

Nas permineralizações a epigenização dá-se por adição, por impregnação e precipitação, de novos minerais nos interstícios e nos micro-espaços vazios no interior da parede do resto esquelético. Neste caso, o material biomineralizado original conserva-se (pelo menos em parte), sendo-lhe acrescentados novos elementos minerais em contexto geológico.

 

É por isso que as conchas fossilizadas (e os ossos, e os dentes, etc.) são mais densas que as originais, porque, para além do material biomineralizado original da concha, os seus interstícios estão impregnados por minerais (diagenéticos) adicionais.

 

Exemplos de fósseis que mais frequentemente se encontram sob a forma de permineralizações: fósseis de conchas, de ossos, de dentes, de cascas de ovo de dinossáurio, etc.

 

 

Ossos permineralizados de dinossáurio num conglomerado. Cretácico, EUA

 

 

> Pseudomorfose

 

Nas pseudomorfoses, em regra, não há conservação do material esquelético original (orgânico ou biomineralizado), sendo este totalmente substituído por novos minerais.

 

Um exemplo de pseudomorfose são os troncos silicificados de árvores. Neste caso, a celulose do esqueleto orgânico da planta é totalmente substituída por sílica. Os espaços vazios originais são também preenchidos por sílica. Assim, a estrutura interna do tronco é preservada (é uma epigenização), mas a celulose original não (pseudomorfose).

 

Exemplos de fósseis que mais frequentemente se encontram sobre a forma de pseudomorfoses: fósseis de troncos de árvore silicificados, fósseis de conchas piritizadas por FeS2 (originalmente calcíticas ou aragoníticas, CaCO3).

 

 

Secção de madeira fossilizada, silicificada. Triásico, EUA

 

 


 

Paleontologia na Internet

 

Paleontologia no Departamento de Geologia da FCUL

Museu de História Natural da Universidade de Lisboa

Paleontologia e História da Terra

Royal Tyrell Museum

Carnegie Museum of Natural History. Paleontology

Museo Paleontológico de Aragon

The Paleontology Portal

The Earth Pages. Paleobiology: A Synthesis

Paleontología Hispana

Palaeobase. Database of fossils

Discovering Dinosaurs

Ammonites du Jurassique infériour

Paleontologia e História da Terra

Introducción a la Paleontología

 


 

Carlos Marques da Silva - Lisboa, 07 de Outubro de 2006