Detalhe da 'Escola de Atenas' de Rafael:
Parménides (ou Xenócrates ou Aristóxenes)

Eutidemo - A teu ver, Ctésipo, achas que é possível mentir?
Ctésipo - Sim, por Zeus, a menos que tenha enlouquecido.
Eutidemo - Dizendo a coisa que se diz, ou não a dizendo?
Ctésipo - Dizendo-a.
Eutidemo - Ora, se se a diz, não se fala senão da realidade que precisamente se diz.
Ctésipo - Como poderia isso ser de outra maneira?
Eutidemo - Por outro lado, esta realidade de que se fala é uma só e única coisa, entre as outras coisas, das quais está separada.
Ctésipo - Sim, perfeitamente.
Eutidemo - Portanto, quando se diz uma coisa, diz-se uma coisa que é?
Ctésipo - Sim.
Eutidemo - Mas, então, se se diz realmente uma coisa que é e coisas que são, diz-se a verdade (...)

Detalhe da 'Escola de Atenas' de Rafael: Platão

Este diálogo aparece no "Eutidemo" de Platão (passagem 283e-284b). Eutidemo argumenta que não se pode mentir. Há, certamente, algo de profundamente errado numa doutrina que arreda as falsidades do discurso usual. Não obstante, esta doutrina era moeda corrente entre os sofistas da Atenas de Platão, podendo dizer-se que teve origem em Parménides. Em "O Sofista", Platão procura rebatê-la e firmar o sentido das asserções falsas. Esta tarefa não se afigurou fácil e foi conseguida por Platão por meio dum longo argumento. Nos dois artigos abaixo procuro explicar o que está errado na doutrina de Parménides e descrever a solução de Platão para o problema da falsidade.


Quanto aos artigos publicados, note o leitor que os artigos on line são manuscritos que deram origem às versões publicadas. Há algumas diferenças entre os manuscritos e os artigos publicados. Se pretender citar um artigo deve consultar a versão publicada.


 

Fernando Ferreira


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