Faro

  • Liceu João de Deus

Designações:

Nome de origem: "Liceu Nacional de Faro"

Em 1911: "Liceu Central de Faro"

Em 1929: "Liceu de João de Deus"

Em 1947: "Liceu Central de Faro"

Em 1966: "Liceu de João de Deus"

Género:

 No início: Liceu Masculino

Em 1910: Sete alunas matriculadas

A   partir do inicio do séc XX: Liceu misto

Criação:

    No séc XIX, Faro era um cidade provinciana com uma única freguesia. Não havia grande interesse pelas actividades culturais.

    Em 1836, a cidade recebe um liceu nacional. Nesta altura, o ensino era comandado pelo clero e as principais disciplinas eram Gramática Portuguesa e Latinidade, Aritmética, Oratória e História. Em 1944 são atribuídas ao liceu duas novas disciplinas que são, Economia Industrial e Escrituração.

    O liceu não tinha instalações próprias, mas mesmo assim foi decretada pela Rainha D. Maria II, em 1951, a sua criaçõ oficial. Foi nesta altura que o liceu foi mudado para as instalações do Seminário Episcopal de Faro. O liceu esteve nestas instalações durante 57 anos.

 

Localização:

   De inicio: Em instalações provisórias

    Em 1851: SeminárioEpiscopal

    Edíficio Construído para o Liceu

   Em 1908: Edifício na Rua Manuel de Arriaga   

   Em 1948: Edifício em Santo Tirso do Alto

    Neste liceu, havia o curso geral administrado em todos os liceus do país. Não havia muitos alunos, devido a esta zona, na altura ser uma província e devido aos elevados custos de uma inscrição. O género predominante era masculino, mas havia também raparigas.

    O liceu começou a funcionar com quatro disciplinas, e duas delas eram iguais nas escolas anexas de Tavira e Lagos. No liceu de Faro começou entretanto a funcionar o curso geral dividido em duas secções: uma inferior e uma média. A secção superior correspondia ao cruso complementar que surgiu em 1898. Nesta altura, as disciplinas de Economia Industrial e Escrituração ainda não estavam em funcionamento. Por ordem do Conselho Superior de Instrução Pública, foram implantadas as disciplinas de Princípios da Física e Química e de Introdução à História Natural dos Três Reinos.

    Em 1911, o liceu conseguiu a elevação a liceu "central", o que fez com que, o liceu obtivesse um curso complementar.

    Em 1912, foi proposta a alteração de mudança do nome do liceu. Propuseram que este tivesse o nome do pedagogo e poeta algarvio João de Deus, o que foi prontamente aprovado. No entanto, em 1948, o nome do liceu voltou a ser alterado passando a designar-se por Liceu Central de Faro, pois não havia mais nenhum liceu na região. Em 1966, o liceu voltou a chamar-se Liceu João de Deus.

 

Instalações:

    Em 1850/51, o liceu não tinha instalações próprias e assim funcionava no Seminário . A partir de 1898, a Câmara decidiu encontrar instalações adequadas para o internato dos alunos. Em 1889, o comboio passou a ir até Faro, o que facilitava o deslocamento dos alunos. No entanto, os custos eram elevados, o que fez com que, fossem arrendados dois edifícios para o alojamento dos alunos do internato, um na rua Infante D. Henrique e outro na Avenida D. Amélia. É de referir que nestas instalações também eram ministradas aulas.

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Seminário Episcopal (foto de Paulo Mendes Pinto, 2001)

   Em 1903, o governo começou a pocurar um novo local para a instalação do liceu. Após algumas buscas, encontraram um lugar conveniente. O espaço de eleição foi um espaço que se situava entre a Rua da Trindade e o Passeio Vasco da Gama. O proceso de construção foi demorado e entre 1903 e 1904 houve paralisações nas obras devido à falta de verbas. O edifício ficou concluído em 1908. No entanto, parece que o edifício ficou mal dividido internamente, ou seja, as salas eram escassas e teriam de se dividir as aulas em dois turnos.

    A inauguração do novo edifício aconteceu no ano lectivo de 1908/09.

    No ano lectivo de 1911/12, o liceu foi elevado à categoria de "central", o que veio agravar o problema do espaço, bem como o número crescente de alunos do liceu.

    Em 1921, foram iniciadas obras de ampliação do liceu. No entanto estas ampliações não foram suficientes, pois faltavam salas para o ensino de Física, Química, Ciências Naturais e Geografia. Apesar de tudo, as aulas continuaram a funcionar neste edifício.

    No ano lectivo de 1941/42 é anunciada a construção de um novo edifício pelo Ministério das Obras Públicas. O local escolhido foi Santo António do Alto. A construção iniciou-se em 1941. A cerimónia de abertura do novo edifício teve lugar no dia 28 de Abril de 1948.

    No primeiro ano de vida, o liceu tinha 54 alunos e apenas dois professores. Em 1900/01 já haviam 15 professores e na década seguinte passou para 20 o número de professores.

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    Traços Liceais:

   O universo de alunos era essencialmente masculino havendo apenas uma aluna no final do séc. XX.

    Ao longo dos seus quase 150 anos de existência, fizeram-se festas académicas. Em Outubro realizava-se a sessão de abertura do ano lectivo com distribuição de premios, no dia 11 de Novembro comemorava-se o Armistício, no dia 1 de Dezembro comemorava-se a Independência de Portugal, no dia 8 de Março comemorava-se o nascimento de João de Deus e no dia 10 de Junho o Dia de Camões.

    A sua biblioteca estava aberta à população após o período de aulas. Realizavam-se representações teatrais no ginásio.

    Em 1914, foi criada a Associação Académica do Liceu de João de Deus.

    No campo cultural, é de referenciar as publicações que o liceu fazia, principalmente de jornais escolares. Destes jornais destacam-se A Alma Académica e A Centelha.

 

Conclusão:

   "O liceu de Faro orgulha-se de ter albergado um vasto conjunto de notáveis, quer a nível local quer nacional, no campo da política, da literatura e das artes. Destacamos Almeida Carrapato, Casimiro de Brito (poeta), Gomes Guerreiro(primeiro reitor de Universidade do Algarve), José Manuel Tengarrilha (historiador e professor universitário), Laginha Serafim (engenhiro e professor universitário), Leonel Neves (escritor), Lídia Jorge (escritora), Luísa Neto Jorge (escritora), Romero de Magalhães (historiador), Tossam (artista plástico), entre outros" (Maria Elisa Barreiras).

    Os alunos manifestaram desde sempre um grande apreço pela instituição promovendo sempe que possível algumas actividades visando a dinamização do liceu. Estas manifestações transpuseram-se para a cidade, pois a instituição fermentou a vida cultural da mesma.

 

 

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Olga Pombo opombo@fc.ul.pt