Santarem

  • Liceu Sá da Bandeira

Designações:

Nome de origem: "Liceu Nacional de Santarém"

Em 1911: "Liceu  Central de Sá da Bandeira" 

Em 1932: "Liceu Nacional Central de Sá da Bandeira"

Em 1947: "Liceu Nacional de Santarém"

Género:

 No início: Liceu Masculino

Em 1880: Primeiras alunas matriculadas(externas)

Em 1898: Primeiras alunas matriculadas(internas)

A   partir de 1891: Liceu misto

Criação:

   Este liceu foi criado por uma portaria do Ministério do Reino em 13 de Setembro de 1843. O edifício onde este ficou instalado, situaa-se nos antigos Paços Reais onde funcionava o Colégio da Companhia de Jesus até 1621.

    A vida do liceu e o ensino religioso estabeleceram uma ligação a partir de 1854 principalmente porque este foi incorporado no Seminário Patriarcal.

    A actividade educativa do liceu teve o seu inicio no ano lectivo de 1847/48. No ano lectivo de 1848/49 estavam matriculados 36 alunos, tinha quatro professores e seis disciplinas estabelecidas pela reforma de Costa Cabral. Em 1851 o liceu era dado como definitivamente construído, pois já tinha todos os lugares de professores preenchidos.

    Os seminaristas faziam estudos preparatórios em conjunto com os alunos do liceu e completavam os estudos religiosos no seminário. Este liceu leccionava 12 disciplinas: 2 de Ciências Naturais, 8 de acordo com os cursos dos Liceus de Évora e Braga, uma cadeira de Desenho e Música. Apesar de ministrar tantas disciplinas, em 1860, o liceu foi considerado de 2ª classe, mas rapidamente o liceu voltou a ser de 1ª classe através do Decreto de 30de Julho de 1861.

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Seminário Patriarcal de Santarém

    O corte entre estas instituições deu-se em 1875, com a separação dos alunos do seminário e dos alunos do liceu, sendo necessário contratar novos professores e reorganizar os estudos dos futuros religiosos.

    Com a subida do liceu a 1ª classe, começou uma fase de expansão do liceu. Este promoveu o intercâmbio institucional e educacional com a Escola Agricola. Estes partilhavam salas e material didáctico. Tinham também em comum as associações e Tuna Académica.

    Em relação ao numero de alunos internos, estes foram diminuido em relação aos externos. Houve uma diminuição de alunos e as sucessivas reformas despromoveram o liceu.

    A diminuição do número de alunos acentuou-se nos últimos anos de séc. XIX. O sistema começou a entrar em declínio, e este deveu-se principalmente à falta de verbas para poder adquirir novos materiais par o ensino das Ciências. Outra das causas possiveis foi a pouco eficaz Reforma de Jaime Moniz.

    O prestígio  do liceu voltou a aumentar quando foi feito um Gabinete de Ciências Naturais com verbas oficiais e com material doado pela Universidade de Coimbra.

    Aquando da passagem do liceu a central, foi escolhido para patrono deste Sá da Bandeira e o liceu passou a chamar-se Liceu Central de Sá da Bandeira.

 

Instalações:

Localização:

    No início: Instalações provisórias

    Em 1843: Ala Esquerda do Seminário Patriarcal de Santarém

     Em edifício construído para o liceu

    Em 1943: Planalto de S. Bento, Santarém

    A dinâmica de um liceu central e o empenho dos seus professores, determinaram um novo período de investimento do espaço escolar com um conjunto de obras de melhoramentos a ampliação do edifício. Construiu-se também um ginásio. Estas obras visaram principalmente a valorização do espaço experimental, construindo laboratórios e um museu.

    A abertura de um curso complementar no ano lectivo de 1911/12 não correspondeu às expectativas, pois registou-se um pequeno aumento de alunos naquele ano, mas este veio a decrescer nos anos seguintes. O grande aumento escolar só aconteceu nos anos 50.

    Devido ao elevado numero de alunos, teve de ser construído um novo edifício que ficou situado no Planalto de São Bento. Este novo espaço dispunha de 16 salas de aula, museus, laboratórios que tinham óptimas condições. O ginásio é que ficou um pouco àquem do esperado. A ala norte do edifício era ocupada pelas turmas femininas e a ala sul pelas masculinas.

    Passados dez anos, o edifício já não suportava o elevado número de alunos que crescia progressivamente. Teve então de recorrer aos corredores, ginásio e a edifícios externos ao liceu, nomeadamente à Igreja de Santa Clara. No ano seguinte, houve mudanças no espaço tendo-se de implantar três pavilhões prefabricados.

 

Traços liceais:

    Houve um aumento da população escolar e tanto alunos como professores tinham de usar o uniforme próprio da Academia. Desde então, até 1974, a capa e batina foram peças de vestuário usadas constantemente. A carga simbólica da batina era tão grande que, em situações de indisciplina de algum aluno, era-lhe proibido de envergar o hábito académico durante o periodo de suspensão.

    O espírito da Academia estava enraizado nos alunos do liceu e tornava-se público em confraternizações com colegas de outros liceus, principalmente na luta pela igualdade de todos os liceus.

    A afirmação do liceu na prestação de um ensino público e laico fez-se um pouco à revelia da relação que mantinha com o Seminário Patriarcal. Este facto, chegou mesmo a gerar conflitos, devido a haver objectivos distintos na educação destas duas instituições.

    A ligação com a comunidade fez-se, em parte, através da Sociedade Filantrópica Académica fundada em 1891 que, juntamente com a Associação de Amigos do Liceu e a Caixa Filantrópica, tiveram um papel fundamental do ponto de vista social no apoio às familias dos alunos.

    É de referir que, em 1933 foi publicada a primeira monografia do liceu realizada por Ruy da Silva Leitão.

    Em 1932, o liceu começou a ter problemas de espaço devido ao excesso de alunos internos. Procurou-se então chamar à atenção deste problema, tentando promover a imagem de um liceu organizado. Este problema chegou às salas de aula, pois o edifício só dispunha de sete salas e havia cerca de 14 turmas, o que fez com que, estas tivessem de ser distribuidas por turnos. É ainda de referir que, os alunos externos viriam a agravar ainda mais o problema de instalações aquando da altura dos exames.

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Exposição escolar (1938)

    As características de estudante sentiam-se na vida académica, no convívio e nas rivalidades com os colegas da Escola Agrícola.

 

Conclusão:

    Este liceu tinha um perfil organizacional e pedagógico eficiente, privilegiando a instrução, a educação e a cultura. É de referir a relação próxima que havia entre a instituição e a cidade. Os espaços escolares são referências históricas da cidade e dos seus habitantes.

 

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Olga Pombo opombo@fc.ul.pt