Porto

  • Liceu Alexandre Herculano

Designações:

Nome de origem: "Liceu Central da 1ªzona escolar do Porto"

Em 1836:  "Liceu Central de Alexandre Herculano"

Género:

No ínicio: liceu misto

Em 1933: liceu masculino

Criação:

   Devido à abundância de alunos, o distrito teve a necessidade de se desdobrar em zonas escolares, tendo para isso de aumentar o número de edifícios liceais. O Porto ficou então dividido em duas zonas escolares. " Pertencem à 1ªzona escolar da cidade do Porto as freguesias que constituem o bairro oriental daquela cidade. [...] Os actuais Liceus de Lisboa e Porto são desdobrados por forma a ficar um liceu central instalado em cada uma das zonas escolares" (Decreto de 4 de Janeiro de 1906).

    O seu primeiro edifício tinha umas instalações muito precárias. Era um edifício velho com um pavilhão anexo, igualmente em más condições, que se situavam na Rua do Sol.

    O liceu teve o seu inicio no ano lectivo de 1906/07, e para além d edifício em si, o mobiliário e o material escolar deixavam muito a desejar. É ainda de referir, que em termos de condições, a higiene também não era das melhores.

    A 26 de Setembro de 1908, o Liceu Central da 1ª zona, mudou o seu nome para Liceu Central de Alexandre Herculano. Nesta altura, houve a necessidade de novas instalações. Estas foram alugadas na Rua de Santo Ildefonso. Na mesma altura, foi aprovado em 1911, através da influência do deputado e antigo médico do liceu Ângelo Vaz, a autorização da construção de instalações próprias para o liceu.

    Ficou então a cargo da Câmara Municipal a escolha de um local para a construção do novo liceu e coube ao Estado a construção deste. O local escolhido foi a Quinta de Sacais. Este local era bem situado e bem frequentado, o que não acontecia com as instalações do antigo liceu.

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Edifício do liceu (1929/30)

  

Localização:

    No início: Instalações provisórias

    Em 1906: Edifício Alugado na Rua do Sol

     Em 1908: Dois edifícios na Rua de Santo Ildefonso

    Em edifício construído para o liceu

 

        Este novo edifício foi concebido pelo arquitecto Marques da Silva. Este novo edifício tinha sala para a reitoria, para a secretaria, anfiteatros, museus, sala de professores e laboratórios. Havia ainda cinco pátios de recreio.

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Aula de Geografia no Liceu (anos 20)

    O novo liceu começou a funcionar em 1921, apesar de o ginásio, biblioteca, balneário  e piscina ainda não estarem acabados. Esta finalização aconteceu em 1929. É ainda de referenciar que este liceu dispunha de cantina, sala de projecções e gabinete médico.

    É também de referenciar o nome do grande impulsiondor e reitor deste liceu, Julio César da Vitória que contribuiu para o inicio da construção das novas instalaões do liceu.

    Apesar das excelentes condições de que agora usufruia o liceu, foram feitas obras de alargamento para construção de mais oito salas de aula para os cursos gerais e complementares de Ciências e Letras. Uma particularidade deste liceu foi, a construção de uma espécie de capela destinada aos pais que vinham acompanhar os filhos às provas de exame e esperavam aí até estes fazerem a prova.

    O crescimento da população escolar, na década de 50, foi a causa das primeiras dificuldades nas instalações deste novo liceu.  Em 1951, devido à mudança de intalações o liceu Carolina Michaelis, o Liceu Alexandre Herculano beneficiou de algumas carteiras e material didáctico que este deu.

    Na mesma altura, apareceram secções do liceu esplhadas por Vila Nova de Gaia, Penafiel, Santo Tirso, Paços de Ferreira e Ermesinde, que na década de 60 se tornaram autónomos.

    O liceu viu as suas tarefas aumentarem devido ao facto de que, este assegurava o apoio ao ensino particular, validando habilitações de provas para alunos externos que vinham de outras zonas, tais como, Penafiel, Felgueiras, Vila Nova de Gaia, Carvalhos, Ermesinde, entre outros.

    O número de alunos aumentou sempre desde o início do liceu, verificando-se o seu pico máximo na década de 40 com cerca de 1000 alunos.

 

Traços liceais:

   "Mais que o fluir da história dos edifícios onde funcionou ou funciona, o liceu é primariamente a instituição onde se formaram e educaram muitas gerações de jovens, onde se educaram (e educam) inteligências e modelaram (e modelam) corações, onde se albergaram (e albergam) sonhos, onde se fizeram (e fazem) projectos de vida; onde os mestres e superiores abriram (e abrem) as inteligências dos discípulos para a luz e verdade, modelaram (e modelam) o coração para o bem, estruturam o homem para a vida, ensinando, educando, formando, promovendo; a instituição onde os funcionários colaboraram (e colaboram) em toda esta acção de viver e subir. Os edifícios são apenas condição. E mal vai quando há grandes edifícios mas não há alma, nem vida, nem movimento" (Homilia de Sua Excelência Reverendíssima D. Domingos de Pinho Brandão, 13 de Junho de 1987) .

    Este excerto explica bem o sentimento vivido naquele liceu. A associação "os Alexandrinos" identificam-se pelos encontros e convívios formados e que desde 1912 tinham uma caixa escolar, que tinha como objectivo auxiliar e promover a educação integral dos associados, através de visitas de estudo, festas, jogos desportivos, entre outros.

    Logo desde inicio, o liceu contou com catorze professores efectivos e alguns estagiários. Este é um marco importante devido ao facto de que o liceu contribuiu para a formação de professores ao aceitar estes estagiários.

    Apesar do inicio tumultuoso, com o evoluir do liceu, este foi motivo de orgulho para todos pois dispunha de condições excelentes, chegando mesmo a ser elogiado por altas patentes do Estado e de representantes de outros países. No entanto, por trás destes elogios foi surgindo alguns problemas de indisciplina.

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Sala de Química (foto de Luís Ferreira Alves, 1990)

    Relativamente ao início do ano lectivo, este começava com as habituais praxes académicas e algumas comemorações. Em relação às comemorações é de destacar a "Semana das Colónias", a "Semana Vicentina", o "28 de Maio", o "1º de Dezembro" e o "10 de Junho". Este liceu tinha uma grande ligação com o exterior, pois a população local podia alugar espaços tais como a piscina ou o ginásio para práticas desportivas em horário de tempos livres. A verba destes alugueres revertiam para a Caixa Escolar do liceu.

    Em relação ao número de alunos, é de referenciar a criação do liceu Carolina Michaelis na mesma área o que fez com que as alunas existentes fossem canalizadas para este liceu. No entanto, a partir do ano lectivo de 1953/54 foram aceites alunas para completar turmas de Letras dos cursos complementares. No entanto, apesar de não haver muitas alunas neste liceu, a partir da década de 20 o número de alunos aumentou devido à sua maior atracção. Em consequência deste aumento, o número de professores teve ue também aumentar.

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Conclusão:

  • Este liceu tinha um grande espírito académico e orgulhavam-se em serem chamados de "alexandrinos";

  • A criação de jornais académicos foi um importante elo de ligação entre gerações, bem como a fundação do Académico Futebol Clube;

  • As festas dos finalistas mereciam destaque, bem como o "Comboio Lombriga" que consistia numa espécie de praxe onde os alunos percorriam a cidade com cartazes humorísticos.

  • As multiplas actividades de âmbito cultural e científico constituiam um importante facto para demonstrar a vitalidade do liceu.

 

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Anfiteatro de Física e Química (foto de Luís Ferreira Alves, 1990)

   

 

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Olga Pombo opombo@fc.ul.pt