Aveiro

  • Liceu José Estevão

Designações:

Nome de origem: "Liceu Nacional Aveiro"

Em 1916: "Liceu Central de Aveiro"

Em 1919: "Liceu Central Vasco da Gama"

Em 1927: "Liceu de José Estevão"

Em 1947: "Liceu Nacional de Aveiro"

Género:

No início: Liceu Masculino

Em 1903: Primeiras alunas matriculadas

Em 1909: Doze alunas matriculadas

 

Criação:

    Este liceu foi criado em 1851, ao abrigo do Art.46º do Decreto de 20 de Setembro de 1844, "Um liceu em cada uma das capitais de Distritos e Dioceses do Reino". Esta foi denominada de reforma de Costa Cabral, e tinha linhas muito parecidas à Reforma de Passos Manuel embora esta tivesse ficado muito aquém das espectativas.

    No entanto, este liceu não dispunha de instalações bem como outros dos liceus existentes. A partir de 1848 a instalação dos liceus foi começada.

    O liceu de Aveiro fica instalado em 1949/50 num edifício particular. Esta teve lugar no Paço Episcopal.

    Este era considerado um liceu de província e de inicio funcionou apenas com as cadeiras obrigatórias. Estas eram leccionadas apenas por três professores. O ensino neste liceu tinha uma carga essencialmente humanista.

    Após a reforma de 1860 que introduziu o ensino científico, obrigou à contratação de mais docentes.

 

Instalações:

Localização:

   De inicio: Em instalações provisórias

    Em 1851: Paço Episcopal

    Em 1852(Janeiro): Casa particular (localização desconhecida)

    Em 1852(Outubro): Casa particular na Rua de Santa Catarina

    Em 1857: Dependência do Convento de Santo António

    Edíficio Construído para o Liceu

    Em 1860: Edificio na Praça do Município

    Em 1952: Edifício na Quinta dos Angros

   É de referenciar que, de inicio as instalações encontravam-se numa situação muito precária e foi Francisco Regala, reitor do liceu que mais impulsionou o desenvolvimento deste.

    O período da I República é marcado pela elevação do liceu a central. No entanto, este não dispunha de cursos complementares, o que fazia com que os alunos se tivessem que deslocar fora do distrito para ingressar nestes. Apesar das muitas solicitações e esforços feitos por Barbosa de Magalhães, deputado aveirense e futuro ministro da Instrução, a Câmara não aceitou suportar os custos do curso complementar fazendo com que os seus esforços tivessem sido em vão. Foi então preciso esperar que a Câmara estivesse disposta a suportar os custos de um curso complementar. Por volta de 1916 que se iniciaram os cursos complementares.

    Em 1919, pelo decreto de 7 de Janeiro, o liceu passou a chamar-se o nome de Liceu Central de Vasco da Gama. Foi no final da I República que o liceu de Aveiro se tornou mais importante a nível nacional.

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  Sala de Ciências Naturais (1928)                                                                          Biblioteca (1928)

   No início do Estado Novo, José Pereira Tavares, reitor do liceu naquela altura, mostrou interesse em alterar o nome do liceu para Liceu de José Estevão, pois era grande admirador de José Estevão. Isto acaba por acontecer devido ao Decreto de 12 de Maio de 1927. No entanto, esta designação durou pouco tempo e em 1947, passou a chamar-se Liceu Nacional de Aveiro, "os liceus das localidades onde haja mais que um terão uma denominação que os distingue dos outros. Os restantes terão como denominação o nome da localidade" ( Estatuto do Ensino Liceal, 17 de Setembro de 1947).

    Em 1947 é também criada a secção feminina do liceu. Esta funcionou no edifício principal, pois não havia possibilidades de autonomização, nem mesmo no novo edifício inaugurado nos anos 50. Para resolver esta situação, foram reabertas as instalações na Praça da República.

    O tempo entre meados dos anos 20 e início dos anos 40, foi designado por "período de ouro" do liceu. Foi uma altura em que a Mocidade Portuguesa começou a cercear a criatividade e liberdade dos alunos e professores. Este período foi de pouca importância no que se refere à actividade cultural. Esta fase é também marcada pela construção de um novo edifício para o liceu.

    O primeiro edifício do liceu foi o Paço Episcopal. No entanto, e ainda no mesmo ano foi arrendada uma casa na Rua de Santa Catarina. Em 1856, o liceu é instalado no convento de Santo António.

    As obras do edifício da Praça do Município, começaram em 1855, graças aos esforços feitos por José Estêvão. As obras terminaram em 1859 e este novo edifício foi inaugurado a 15 de Fevereiro de 1860. Este novo edifício não dispunha das melhores condições,mas foi o primeiro edifício a ser construído apenas para o uso exclusivo de um liceu. Pouco depois da sua inauguração, o Governo Civil foi transferido para estas instalações passando a partilhar o espaço do liceu. Este acontecimento durou cerca de 43 anos. O edifício foi sujeito a obras de reestruturação interior para permitir que o liceu funcionasse neste local durante mais alguns anos. Este esteve neste edifício até ao ano lectivo de 1907/08.

    O novo edifício foi desde logo sujeito a obras, pois só dispunha de salas de aula. Tiveram então que acrescentar um ginásio, um recreio, dividiram as salas, entre outras.

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Ginásio (1928)

    Com o tempo, este edifício foi ficando velho e as hipóteses de ampliação foram postas de parte e além disso o liceu estava sobrelotado o que fez com que tivesse de ser construído um novo edifício. Estas obras começaram em 1948 e ficaram cuncluídas em 1952.

    É importante referir que esta construção é contemporânea dos liceus da Póvoa de Varzim e de Oeiras.

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O novo edifício em fase final de construção (1950)  

 

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Traços Liceais:

   Também neste liceu foi criada uma Caixa Escolar por altura do centenário (1909), que tinha como objectivo auxiliar nas visitas de estudo.

    No ano seguinte, foi instaurada a Associação Escolar do liceu. A Mocidade Portuguesa veio a absorver estas associações.

    No final dos anos 20, foi criada uma Sociedade dos antigos alunos do Liceu de Aveiro. Dos serviços por esta prestados, é de referir o pagamento de propinas a alunos mais desfavorecidos, o prémio para o melhor aluno de Português e as despesas do Anuário.

    As bases da Associação Escolar foram feitas à luz da Associação do Liceu de Lisboa, pelo então professor Agostinho da Silva. Esta foi aprovada por Despacho do Ministro da Instrução de 27 de Fevereiro de 1934, e em 1942, os bens da Associação Escolar foram entregues à Mocidade Portuguesa.

    Nos poucos anos de existência livre, a Associação desenvolveu associações significativas, tais como o jornal "A Voz Académica" que dinamizava o desporto. A nível cultural havia as récitas escolares que tiveram início na década de 20. Houve também uma tradição teatral que se manteve viva e espalhou por todo o país.

    Como em quase todos os liceus, as duas datas mais festejadas são o 10 de Junho e o 1 de Dezembro. Nessas haviam esposições, conferências, recitações, entre outras. 

 

 

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Olga Pombo opombo@fc.ul.pt