No extremo da libertinagem
estudantil, encontravam-se os Goliardos.
Considerados por alguns autores como vagabundos, desenvergonhados, charlatães,
bobos, boémios, agitadores e perversores da ordem, há quem os considere,
porém, como uma espécie de inteligência urbana, como forma de oposição
ao feudalismo.
De origem social diversa, eram poetas de índole social e de espírito
revolucionário. Nos seus poemas exaltavam a trilogia do jogo, amor e
vinho e constituíam fortes criticas ao clero pelos seus vícios, à
nobreza por não renunciarem aos privilégios de nascimento e aos
camponeses por se submeterem a todo o sofrimento a que estavam sujeitos.
Sem domicílio fixo, viajavam de cidade em cidade, ganhando a vida
mendigando e fazendo de bobos e jograis. Uma vez na cidade desejada
juntavam-se aos professores que mais lhes agradavam a fim de aprenderem
com eles.
Sentiam repudio pelos soldados e militares pois consideravam que os
torneio de espírito e os combates de dialéctica eram formas mais dignas
de combate do que os combates com armas.
Devido à sua critica feroz contra a igreja, perderam os seus benefícios
e rendas eclesiásticas, acabando também por perder a protecção junto
das universidades. Desta forma, foram perseguidos e condenados até ao seu
fim. |