A Economia da Ciência

"Strange as it may sound, the power of mathematics rests on its evasion of all unnecessary thought and on its wonderful saving of mental operations."   

Ernst Mach

 

Apresenta-se neste site a tradução de um texto de Ernst Mach, A Economia da Ciência, parte integrante de uma das suas obras mais importantes, The Science of Mechanics, datada de 1883. O texto foi retirado da antologia de  J. Newman (ed.), The World of Mathematics, vol. III, 1988. A tradução do texto é acompanhada de uma breve biografia de Mach e de uma versão comentada fortemente inspirado na categorização de Blackmore (1972) dos diversos tipos de economia abrangidos pela teoria de Mach.

   O textode Mach  analisa não apenas a tendência mas, mais do que isso, a necessidade de o ser humano economizar os seus esforços e maximizar os seus conhecimentos. Se o homem não fosse mortal, esta teoria não faria o menor sentido, ou seja, é devido à breve duração da vida humana que o homem tem de adquirir métodos e formas de pensar que lhe permitam economizar tempo e esforço. A ciência é justamente resultado desse esforço que permite ao homem acrescentar algo de  novo ao que já foi descoberto. Para isso, e, numa primeira fase, o homem tem que se dedicar a conhecer as experiências já conhecidas, não perdendo tempo a repeti-las. Só depois dessa recuperação do já conhecido, o homem fica em condições de avançar para o conhecimento novo. Esta perspectiva remete para a frase repetidamente citada pela Prof. Olga Pombo: “nós somo anões às costas de um gigante" como raíz e fundamento da invenção da Escola. Em ambos os casos há que, numa primeira fase, trepar o gigante, metáfora para o estudo das descobertas da ciência e, de seguida, subir  às costas do gigante. Só depois desse esforço de aprendizagem e memória podemos vir a acrescentar um pouco mais ao gigante, isto é, contribuir para a possibilidade de a humanidade adicionar à ciência uma nova descoberta. Descoberta que parece ínfima quando comparada com todas as milhares de descobertas anteriores em que encontra as suas raízes.

Este texto suscitou-nos um interesse muito especial tendo em vista a nossa condição de estudantes de matemática. Na verdade, Mach concedeu a esta ciência uma posição destacada na sua teoria da economia da ciência. Como veremos, o carácter económico da matemática está patente a vários níveis, por exemplo, no facto de os seus métodos poderem ser utilizados em diversas circunstâncias e aplicados às mais variadas realidades, no facto de ela permitir imensos atalhos, alguns dos quais  apresentados no texto, enfim, na sua capacidade de construir modelos capazes testar teorias e guiar experiências.

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